Publicado por: Peter | 10 Outubro, 2010

Imaginem

Imaginem
00h30m
Imaginem que todos os gestores públicos das 77 empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.

Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas.

Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.

Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público.

Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar.

Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês. Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência.

Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.

Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam.

Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares.

Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.

Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde.

Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros.

Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada.

Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido.

Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.

Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.

Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país
podíamos ser se o fizéssemos.
Imaginem que país seremos se não o fizermos.

Publicado por: Peter | 7 Outubro, 2010

Sacrifícios para “todos”

JN 2010-10-05 00h30m

Manuel António Pina

O”i” fez as contas e concluiu que o esforço de mil milhões de euros – sem contar com as reduções de benefícios fiscais – exigido pelo aumento de impostos anunciado por Sócrates será equitativamente dividido: os consumidores suportarão 93% e os bancos… 7%.

Só que os bancos acham 7% muito. Faria de Oliveira, presidente da CGD, já avisou que “é evidente” que os bancos repercutirão nos clientes os custos da nova taxa sobre o sector financeiro (se esta alguma vez vier, claro, a consumar-se). E, como seria de esperar, lá sairão os 7% igualmente do bolso dos consumidores.

O comentário a mais ingénuo, ou mais bem humorado, ao “aviso” de Faria de Oliveira foi decerto o do presidente da SEFIN que apelou à banca (cuja ganância e falta de escrúpulos está, como se sabe, na origem da crise) para que se preocupe com o interesse nacional, não se furtando a ajudar o Estado que, antes, nela enterrou em ajudas milhões dos contribuintes (no caso português, os 4,5 mil milhões metidos no BPP e BPN chegariam agora para, sem aumento de impostos, baixar o défice de 7,3% para 4,6%).

Ora a ajuda dos bancos ao Estado funciona assim: financiam-se no BCE, que está impedido de emprestar directamente aos Estados, a taxas de 1% e, depois, emprestam esse mesmo dinheiro ao Estado (só até Julho foram 12,9 mil milhões de euros) a 3% e 6%. Com amigos destes a ajudar, para que precisa o interesse nacional de inimigos?

Publicado por: Peter | 5 Setembro, 2010

Rigor nos números

Publicado por: Peter | 8 Julho, 2010

Mega na Lousã e Penacova

Publicado por: Peter | 23 Junho, 2010

Non sense…

Publicado por: Peter | 8 Junho, 2010

Peditório

Publicado por: Peter | 20 Maio, 2010

Filhos de informático

Publicado por: Peter | 15 Maio, 2010

Os mesmos de sempre

Ainda há defensores de Sócrates? Daqueles indefectíveis que andam pelos blogues a atulhar as caixas de comentários?

São sempre os mesmos a pagar a crise, com injustiças tremendas e erros calamitosos. Cegueira total!

Não será da mais elementar justiça inserir nos quadros professores que andam há anos contratados? Linda a sociedade que estamos a construir!

Publicado por: Peter | 6 Maio, 2010

Bota abaixo

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Publicado por: Peter | 24 Abril, 2010

Qualidade de vida com o rendimento mínimo

Recebido por e-mail.

Qualidade de vida é receber 800 € mensais (ou mais) para não fazer nada.
Qualidade de vida é levantar à hora que se quer porque os outros trabalham para ele.
Qualidade de vida é ter como única preocupação escolher a pastelaria onde vai tomar o pequeno-almoço e fumar as suas cigarradas, pagos com os impostos dos outros.
Qualidade de vida é ter uma casa paga pelos impostos dos outros, cuja manutenção é paga pelos impostos dos outros, é não ter preocupações com o condomínio, com o IMI, com SPREAD, com
taxas de juro, com declaração de IRS. Qualidade de vida é ter tempo para levar os filhos á escola, é ter tempo para ir buscar os filhos à escola, é poder (não significa querer) ter todo o tempo do mundo para acarinhar, apoiar, educar e
estar na companhia dos seus filhos.
Qualidade de vida é não correr o risco de chegar a casa irritado, porque o dia de trabalho não correu muito bem e por isso não ter a paciência necessária para apoiar os filhos nos trabalhos da escola.
Qualidade de vida é não ter que pagar 250€ de mensalidade de infantário, porque mais uma vez é pago pelos impostos dos outros.
Qualidade de vida, é ainda receber gratuitamente e pago com os impostos dos que trabalham o computador Magalhães que de seguida vai vender na feira de Custóias, é receber gratuitamente todo o material didáctico necessário para o ano escolar dos seus filhos, e ainda achar que é pouco.
Qualidade de vida é ter as ditas instituições de solidariedade social, que se preocupam em angariar alimentos doados pelos que pagam impostos, para lhos levar a casa, porque, qualidade de vida é também nem se quer se dar ao trabalho de os ir buscar.
Qualidade de vida é não ter preocupação nenhuma excepto, saber o dia em que chega o carteiro com o cheque do rendimento mínimo.
Qualidade de vida é poder sentar no sofá sempre que lhe apetece e dizer “ TRABALHAI OTÁRIOS QUE EU PRECISO DE SER SUSTENTADO”.
Qualidade de vida é não ter despesas quase nenhumas, e por isso ter mais dinheiro disponível durante o mês, do que os tais OTÁRIOS que trabalham para ele.
Qualidade de vida é ainda ter tempo disponível para GAMAR uns auto-rádios, GAMAR uns carritos e ALIVIAR umas residências desses OTÁRIOS que estão ocupados a trabalhar OU ASSALTAR uma
ourivesaria.
Qualidade de vida é ter tudo isto, e ainda ter uma CAMBADA DE HIPÓCRITAS a defendê-lo todos os dias nos tribunais, na televisão, nos jornais.
Isto sim, isto é qualidade de vida.
Ass: UM OTÁRIO

Por Luís Reis Torgal

Por vezes as insónias pregam-nos partidas… Levantei-me, cerca das 3 horas da madrugada, e fui ver televisão. Costuma ser o melhor soporífero. Sucede, porém, que sintonizei a RTPN e deparei-me com a retransmissão do debate sobre Educação na respectiva Comissão da Assembleia da República. Vi e ouvi com atenção e perdi completamente o sono. Por isso é ainda sob o efeito de uma noite mal dormida que escrevo estas palavras.

Na altura em que olhei para o televisor, a Senhora Ministra dissertava sobre as virtudes psicopedagógicas e sociais da passagem de ano pelos alunos do ensino obrigatório, opondo-se, em princípio, à sua “retenção” (a “reprovação” de que se falava, porventura mal, no nosso tempo). Para tal serviu-se, entre outros argumentos, dos exemplos da Dinamarca, da Finlândia (claro!), dos EUA…, ou seja, dos sistemas dos “países exemplares”, como dizia ironicamente em 1930 Ortega y Gasset, referindo-se dessa vez às politicas universitárias. Nesses países — dizia — nem se conhece a palavra “retenção”! E, como também é hábito, falou da crítica pelos peritos da OCDE ao sistema educativo português pelo facto de haver, por isso, um significativo insucesso escolar.

Como é evidente, nenhum professor deseja que um aluno fique “retido”. Por outro lado, é evidente que as várias hipóteses alternativas que se põem aos docentes e às escolas, para lidar sobretudo com casos difíceis, não dão, nem podem dar, o resultado desejado. ASenhora Ministra foi-se referindo, folheando papéis, às medidas escritas em leis e regulamentos, nomeadamente no Estatuto do Aluno: currículos alternativos, provas de avaliação para alunos com excesso de faltas não justificadas, serviço comunitário, uso das bibliotecas escolares, ingresso nos CEF (Cursos de Educação e Formação), Novas Oportunidades… Essas alternativas, como se dizia, nem sempre resolvem os problemas de aproveitamento (que o espírito das leis torna quase obrigatório), devido à ausência de estruturas nas escolas — turmas grandes, falta de técnicos auxiliares de educação e de equipas especializadas… — mas, sobretudo, devido aos problemas sociais de alguns alunos, despejados nas escolas pelos encarregados de educação, que raramente respondem às suas responsabilidades. Desta forma — como disseram alguns deputados no debate — a “não retenção” por que se bate a Senhora Ministra significa apenas… passagem administrativa.

Fui professor universitário durante 38 anos e professor liceal (como então se dizia) cerca de 5, e sempre me pautei pela norma de tratar os alunos com amizade, mas com exigência. Aliás, os professores de que, como aluno, guardo na memória são aqueles que sabiam e exigiam, por vezes até com alguma intransigência, e não vejo razão para que essa imagem não possa ainda ser válida, apesar das condições da escola se terem modificado. Formei-me na prática pedagógica (mais do que na teoria) e na vocação que sentia, a qual me levou à leitura do Diário de Sebastião da Gama, cujo idealismo bebi, ainda era estudante. Por isso, entendo que só através do ensino eficiente das matérias científicas (o Português, a Matemática, a História, a Física…), através de formas pedagógicas racionalmente aplicadas, e com o objectivo de integração cívica, se pode formar os estudantes. Sem exageros de tipo psicopedagógico e didáctico, que hoje se chamam “modernos”, mas que correspondem a anseios antigos e que, pelo seu excesso, se poderão tornar inadequados e ultrapassados. É evidente que este desejo de que o ensino se centre nas matérias a leccionar — que hoje parece ser lateral à educação, em especial no ensino obrigatório — não põe de parte um ensino profissional, que deveria ser uma orientação ainda precoce e fundamental em certos casos.

Não tenho da pedagogia a noção de “uma simples e vã retórica”, embora possa compreender o desânimo dos professores, como, para falar de um caso extra-muros (para que não se diga ser a situação apenas portuguesa), do filósofo e professor Juan Antonio Rodríguez Tous, que, numa entrevista a El Mondo (20.7.2009), se queixava da existência na escola de “duas frentes de batalha” contraditórias, ou seja, os alunos que se deveria instruir e a “quinta coluna pedagógica” que — numa espécie de “mobbing laboral” — só fala do “modo de ensinar” e que “intoxica o professor com burocracia”, ao mesmo tempo que pouco se interessa pelas temáticas do ensino. Não tenho, pois, das verdadeiras Ciências da Educação uma visão negativa. Porém, infelizmente, confunde-se Pedagogia, assim como Didáctica e Psicologia Educacional, com “pedagogite”, “panpedagogismo” (como um dia lhe chamei) ou com o “eduquês”, que se tornou um substantivo comum desde que Nuno Crato o introduziu no vocabulário. Desta forma, estamos a destruir o sistema de ensino e não a reformá-lo, como notou em França o matemático Laurent Laforgue, que denunciou o facto de o sistema educativo do seu país estar em vias de destruição, porque deixou de se valorizar os conhecimentos, mas finalidades pragmáticas de organização da sociedade segundo lógicas de mercado.

Na verdade, há muito que ele está em destruição, razão do abandono precoce da profissão de muitos e experientes professores. O “processo de Bolonha” veio completar, para o ensino superior, essa acção do camartelo “pedagogista”. No caso do ensino obrigatório, debaixo de um aparente optimismo, a não “retenção” justifica-se, no fundo, não pela intenção de formar melhor, mas pelas estatísticas e porque é preciso ter os alunos o menor número de anos possível na escola, cujo percurso se torna cada vez mais longo, à medida que aumentam os anos da escolaridade obrigatória (agora 12), o que custa dinheiro. No ensino superior, ao invés, é conveniente que eles se mantenham mais tempo para atrasar o acesso ao emprego (para que as estatísticas do desemprego não subam ainda mais). A licenciatura tornou-se um mero ciclo de passagem, com uma formação deficiente, e pouco vale como ciclo autónomo. Os mestrados — antes só frequentados por alunos de qualidade e agora abertos a todos, embora alguns pagos a peso de ouro — também necessariamente tiveram de se desvalorizar em termos de formação. E o mesmo está a suceder com os doutoramentos, alguns adquiridos simplesmente com a publicação de dois artigos em “revistas indexadas” (por agências privadas) ou por dissertações que, na minha área, não valem uma sofrível tese de licenciatura do meu tempo.

Claro que os “pedagogistas”, os burocratas e a Senhora Ministra — com a bênção da UE e da OCDE (leia-se, para que fique claro o seu objectivo: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) — dirão que estou a depreciar a Educação. Ao invés, dir-lhes-ei que estou a lutar por ela, no seu sentido idealista e não economicista e neoliberal, e pela Cultura, que passa por uma profunda crise de identidade. A prova disso é que raramente o espírito crítico se levanta contra a situação existente. O que apenas se verifica é o “seguidismo”, ou o debate em circuito fechado ou em circuito demasiado aberto (no espectáculo quase sempre demagógico da TV), ou a afirmação de revolta, mas só em momentos mais trágicos.

Já que estamos no Centenário da República, lembro as palavras de António José de Almeida: “O direito à revolta é uma coisa sagrada”. É este apenas o sentido destas palavras de um velho professor.

P.S.: Talvez fosse pelas condições em que presenciei o debate, mas não sei se ouvi a Ministra da Educação do governo do Engenheiro Sócrates ou Isabel Alçada, professora, co-autora de livros para jovens, com um mestrado em Educação por Boston e responsável pelo interessante, mas não inédito, Plano Nacional de Leitura. Alguém me pode esclarecer?

Publicado por: Peter | 11 Abril, 2010

Reduzir

Frasquilho não tem outras ideias. Apenas esta: baixar salários. Assim apresentada é muito demagógica.

Acaso lhe ocorreu que há gente na função pública a ganhar miseravelmente?

Claro que há quem ganhe bem. Um dos problemas é precisamente esse: as diferenças salariais. A meu ver, poderia pensar-se em apertar o leque, subindo em baixo e baixando em cima.

Publicado por: Peter | 31 Março, 2010

Mais um suicídio

Público, 31 de Março de 2010

Publicado por: Peter | 23 Março, 2010

Carta desesperada

No Expresso.pt uma carta muito bem escrita e que demonstra bem os sentimentos de frustração que grassam pelo ensino em Portugal.

"Hoje foi mais um dia de trabalho. Trabalho que vejo cada vez menos reconhecido, sem grandes aspirações de futuro e um monte de papelada para preencher.

Ser professora foi uma escolha que abracei há 14 anos, pois sempre gostei de ensinar, coisa que hoje cada vez menos consigo fazer.

Os alunos, por seu lado, cada vez mais tendem a considerar as aulas uma mera ocupação, talvez devido ao próprio facilitismo que o sistema permite. Nos tempos que correm, o aluno não tem de saber, tem é que transitar de ano. Mesmo que nem saiba distinguir uma linha curva de uma recta. Enfim, o que interessa são as estatísticas na promoção do sucesso educativo.

Depois ainda há os encarregados de educação a apontar muitas vezes o dedo aos professores. Não falo dos que verdadeiramente se interessam e se envolvem na educação dos filhos. Refiro-me aos que, na maioria das vezes, não colocam os pés na escola, nem ao menos se interessam por ir buscar as notas dos seus educandos.

Mas é claro que tudo o que acontece de errado com os alunos (até mesmo a falta de educação e a falta de respeito) é culpa do professor. Assim como a agressão verbal e física que quem ensina tantas vezes sofre na pele é também culpa do docente.

Veja-se o caso dos alunos agressivos: Não se importam minimamente com o que quer que seja. Estão na escola somente para desestabilizar, sobretudo dentro das salas de aula. Apesar de sancionados com dias de suspensão (que consideram mini-férias), podem sempre regressar ao estabelecimento de ensino. Independentemente do que fez à professora (são sobretudo mulheres as vítimas dos alunos altamente indisciplinados) a docente agredida terá sempre que voltar a cruzar-se no corredor ou na sala de aula com o aluno agressor.

Infelizmente o "saber" parece já não interessar nada, os alunos tem que estar é ocupados, ponto final. Mesmo quando um professor não pode dar a aula, é claro que estará sempre lá outro docente (de substituição), com a particularidade de nem sequer ser do mesmo ciclo, nem da mesma área disciplinar, logo, sem um plano de aula com que se possa guiar.

No entanto, a filosofia de base desta espécie de "ocupação de tempos livres" é simples: Professores e alunos têm é de estar realmente a fazer qualquer coisa para que todos se sintam bem. Ou melhor, alegadamente bem. Ou melhor ainda, teoricamente bem. Logo, os docentes de hoje têm de ser multifacetados, animadores sócio-culturais, artistas de circo, aliás, foi exactamente para isso que se formaram… Para dar aulas de substituição que nem pagas são, com a agravante de, quando se falta, ver o tempo ser descontado no período de férias.

Muito honestamente, estou cansada e desmotivada com este sistema, que nos exige um sem número de obrigações, mas que não se importa se o docente já vai no seu 11º contrato ou se nem ainda sequer ingressou na carreira. Mais, para poder ter supostamente uma avaliação excelente ou muito boa, o professor tem de seguir um modelo de avaliação sem pés nem cabeça, inspirado, é claro, numa realidade que nada tem a ver com… a realidade.

Há quem duvide? Uma semana numa escola a (tentar) trabalhar deitaria por terra as dúvidas até dos mais cépticos.

Publicado por: Peter | 22 Março, 2010

A evolução do ensino

Retrato humorístico, triste mas muito fiel. C’est quoi un libre?

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